História do arquivo
O Tombo Diocesano Monsenhor José de Castro, erigido canonicamente pelo decreto episcopal n.º 009/2016, de 26 de agosto, é a estrutura arquivística diocesana que, a teor dos cânones 486 e 487, assume a missão de salvaguarda e conservação do património documental da Diocese de Bragança-Miranda.
Trata-se do arquivo central diocesano, que integra espólio documental decorrente da ação episcopal, a par de outros fundos oriundos de organizações e estruturas da Igreja local, ou de coleções particulares.
A história do Arquivo Diocesano está estreitamente ligada à da própria Diocese e reflete as vicissitudes políticas, administrativas, económicas, sociais que afetaram este território e o governo da Diocese.
Entre esses acontecimentos marcantes figura, desde logo, a criação da Diocese de Miranda, pelo Papa Paulo III, através da bula "Pro Excellenti Apostolicae" (22 de maio de 1545); a transferência da sede do bispado da cidade de Miranda para a de Bragança e alteração da sua nominação para Diocese de Bragança e Miranda, sancionadas pela bula "Romanus Pontifex", do Papa Pio VI (27 de setembro de 1780); a implantação do regime republicano, em 5 de outubro de 1910 e a subsequente Lei da Separação do Estado das Igreja, publicada em 20 de abril de 1911.
Implementada a Lei da Separação, o Paço Episcopal de Bragança foi expropriado e os seus bens confiscados. Parte substancial da documentação eclesiástica à guarda do Bispo permaneceu no edifício tomado pelo Estado, passando o acervo a integrar a Biblioteca Pública de Bragança e Arquivo Distrital que aí foram instalados. O Arquivo Distrital de Bragança custodia, desde então, fundos do Cabido da Sé de Miranda e Bragança, Confrarias, Cúria Diocesana de Miranda e Bragança e Livros de Registos Paroquiais. Não obstante tal incorporação, o designado Arquivo da Câmara Eclesiástica de Bragança subsistiu, conservando documentos de relevo, entre os quais Processos de Habilitação de Genere de ordinandos e Livros de Registos Paroquiais.
Com a expropriação do Paço Episcopal em 1911, o Arquivo Diocesano ficou privado de instalações próprias e sujeito a múltiplos riscos, nomeadamente de dispersão, danos e perdas. Os sucessivos Bispos Diocesanos passaram a ocupar residências provisórias em Bragança e também na Vila de Vinhais, entre 1920 e 1927. A questão da casa episcopal somente conheceu solução definitiva com a aquisição de um imóvel na cidade de Bragança, pela Diocese, em 1929. O edifício do antigo Grémio de Bragança passou a albergar a residência do Bispo, os serviços da Câmara Eclesiástica e o Arquivo do Paço Episcopal.
No inventário da Câmara Eclesiástica de abril de 1939, fica evidenciada a inexistência de espaço reservado ao Arquivo, encontrando-se a documentação distribuída pela Secretaria da Câmara Eclesiástica, salão e corredores da Casa Episcopal. O Arquivo diocesano sofreu novo e gravoso revés com o incêndio no Paço Episcopal que deflagrou em 29 de abril de 1951, o qual “devorou cerca da quarta parte [do edifício] e causou considerável prejuízo no arquivo diocesano”. Posteriormente, o edifício foi restaurado e ampliado, com o apoio financeiro do Estado.
O Arquivo Diocesano foi instalado no rés-do-chão da ala norte do Paço Episcopal, em sala contígua ao átrio da entrada principal. É constituído por uma estrutura em mezanino de madeira de dois pisos, que comporta, aproximadamente, 407 metros lineares de documentação. Além do designado Arquivo da Câmara Eclesiástica e do Arquivo Secreto dos Bispos, custodia outros fundos e coleções, nomeadamente, do Seminários, instituições de ensino católicas, Paróquias, Confrarias e Associações de Fiéis, Cabido da Sé Catedral, Conselho Económico da Sé Nova, Pia União Casa do Clero.
Na década de 1980, D. António José Rafael (1979-2001) passou a denominar o Arquivo Diocesano como "Tombo Diocesano Monsenhor José de Castro", em homenagem ao “mais erudito e dedicado historiador bragançano”. Com a ereção canónica do Tombo Diocesano, em 2016, Monsenhor José de Castro passou a titular, formalmente, o arquivo diocesano de Bragança-Miranda.
Fundos e coleções
D. José Alves de Mariz, 1885-1911;
D. José Leite Lopes de Faria, 1918-1926;
D. António Bento Martins Júnior, 1929-1932;
D. Luís António de Almeida, 1932-1935;
D. Abílio Augusto Vaz das Neves, 1928-1965;
D. Manuel de Jesus Pereira, 1962-1978;
D. António José Rafael, 1941-2012;
Associações de Fiéis, 1940-1980;
Cabido da Igreja Catedral, 1777-1898;
Câmara Eclesiástica, 1817-1975;
Colégio São João de Brito, 1941-1973;
Confrarias, 1605-1975;
Conselho Económico da Sé Nova, 1990-2006;
Externato Nossa Senhora do Caminho, 1960-1972;
Mapas dos Registos Paroquiais, 1911-2011;
Paróquias, 1647-1982;
Periódicos, 1898-2011;
Pia União Casa do Clero, 1961-2015;
Planos de Obras em Igrejas e Seminários, 1946-2000;
Processos de Casamento, 1756-2023;
Processos de Habilitação de Genere de Ordinandos, 1618-1975;
Seminário Diocesano, 1885-1909;
Serviços Centrais da Cúria Diocesana, 1976-2011.
Tribunal Eclesiástico, 1908-2008.
Contacto
Sandra Maria do Vale: diocesebragancamiranda@gmail.com | valesandramaria@gmail.com.
Condições de acessibilidade
Condições de acessibilidade:
Condições de acessibilidade: vide https://diocesebm.pt/tombo [Site em atualização].
Nota: a informação disponibilizada a data é anterior às Nomeações Pastorais de 23/01/2024 (cf. https://diocesebm.pt/noticia/nomeacoes-pastorais).
Instrumento de acesso à informação
Inventários parcelares de fundos e coleções..